Descemos e fomos andando por uma trilha antiga até um ponto onde costumavam aparecer traíras grandes. No caminho, um dos colegas apontou pro chão: pegadas grandes, frescas, com marcas de garras. Onça. E parecia recente.
Rimos de nervoso, achando que ela já devia ter passado. Mas durante a pescaria, ouvimos galhos quebrando. Barulhos baixos, pesados. Sentimos que estávamos sendo observados. Quando escureceu, a tensão virou medo. Pegamos as lanternas e voltamos devagar, com os olhos atentos. Chegando no barco, ouvimos um rosnado abafado vindo da mata.
Voltamos remando em silêncio, com o coração acelerado. De longe clareamos a margem e vimos o par de olhos nos observando! Nunca mais pescamos ali. Era como se aquela onça estivesse avisando: “Aqui é meu território.”
Até hoje, nenhum de nós esquece aquela sensação de ser caçado.
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